quarta-feira, 10 de abril de 2013

MICOLOGIA

CITOLOGIA, METABOLISMO E REPRODUÇÃO DOS FUNGOS


Características Gerais

  • Não realizam fotossíntese
  • Não tem celulose na parede celular
  • Não armazenam amido.
  • Maioria saprófita: alguns parasitas de plantas e outros vivem como simbiotes.
  • Alguns são oportunistas.
  • São eucariotos.
  • Heterotróficos: quimiorganotróficos.


Apresentam-se sob duas formas
  • Bolores: aeróbios restritos
  • Leveduras: anaeróbios facultativos


Estrutura Celular
  • Núcleo: apresenta características típicas de uma célula eucariótica.
Possui tamanho reduzido e uma menor quantidade de DNA
  • Nucléolo: organelas citoplasmáticas (ribossomos, mitocôndrias, retículo endoplasmático, aparelho de golgi e vacúolos).
  • Membrana plamática: modelo de mosaico fluido. Parede celular tem consistência rígida, matem a homeostase d célula fúngica, é responsável pela fixação do fungo as células hospedeiras, libera antígenos que estimulam a produção de anticorpos.
  • São imóveis.
  • Ubiquitários
  • Macroscópicos (cogumelos), microscópicos unicelulares (leveduras) multicelulares (bolores).
  • Dependendo das condições ambientais podem exibir polimorfismo (várias formas).
  • Não formam tecidos verdadeiros
  • Alguns são dimórficos (apresentam duas formas diferentes), vida parasitária: levedura (35 – 37º C). Vida saprofítica: bolor ( temp. ambiente). Crescem entre 0 a 40º C. Temperatura ideal é entre 20 a 30º C, pH ótimo próximo a 6.0.
  • Nutrição diferenciada dos demais eucariotos.
  • Dispersão: disseminação dos propágulos (esporos ou fragmentos de hifas) água, animais, homem, sementes, insetos, e principalmente, pelo ar atmosférico, através do vento.

Fungos Unicelulares
  • As leveduras são fungos unicelulares não-filamentosos, caracteristicamente esféricas ou ovais.  Reproduzem-se por brotamento e formam colônias pastosas ou cremosas.

Fungos Multicelulares
  • Os bolores são colônias algodonosas, aveludadas ou pulverulentas, são fungos filamentosos. Seu corpo é formado por longos filamentos de células conectadas, as hifas. Quando elas são dividias em unidades celulares uninucleadas, são chamadas hifas septadas. Os septos possuem poros que fazem com que o citoplasma das células se comunique. Em algumas classes de fungos as hifas não têm septos e são denominadas cenocíticas.

Fungos dimórficos
  • Fungos que exibem forma de crescimento uni e multicelular. Apresentam forma de levedura in vivo e a 37ºC, mas quando cultivados a 25ºC apresentam forma filamentosa. Outros fatores que regulam o dimorfismo são a concentração de CO2 e pH do meio.

Morfologia
Hifa é o nome que se usa para designar os filamentos dos fungos. Micélio é o conjunto das hifas. Podemos estudar as hifas sob vários aspectos:

Fig.01
  • Quanto a espessura: são delgadas nos Actinomicetos, produtoras de micoses profundas (micetomas) e micoses superficiais (eritrasma e tricomicose axilar). Delgada, significa em torno de 1 _m, mais ou menos. Atualmente a hifa delgada é denominada filamento bacteriano. As hifas mais espessas, de 2 até mais de 10 _m, são próprias dos fungos verdadeiros (12ª divisão: Eumycophyta, atualmente Reino Fungi).
  • Quanto à presença de septos - as hifas podem ser asseptadas ou contínuas (fig.01), sendo próprias da classe zigomicetos (ficomicetos), agentes das zigomicoses. As hifas septadas (fig.02) pertencem às outras 3 classes.
Fig. 02

  • As hifas podem ser encaradas ainda como verdadeiras e falsas - As hifas verdadeiras são as que crescem sem interrupção, a partir de germinação de um esporo. As falsas hifas ou hifas gemulantes ou pseudo-hifas (fig.03) são as que crescem por gemulação ou por brotamento sucessivo. Estas últimas são características das leveduras ou fungos que se reproduzem por gemulação (brotamento) e produzem as leveduroses (sapinho) bucal, sapinho vaginal, unheiro das donas de casa etc.
  • Uma quarta maneira de estudar as hifas é pela coloração: As hifas hialinas de cores claras são chamadas mucedíneas. As hifas de tonalidade escura ou negra são hifas demácias; neste caso, as micoses por elas produzidas são chamadas Demaciomicoses. Exemplos: Cromomicose-Tinea nigra.

Fig 03



Reprodução

Reprodução Assexuada
  • Brotamento: A célula parental forma um broto na sua superfície externa. Á medida que o broto se desenvolve, o núcleo da célula parental se divide e um dos núcleos migra para o broto. O material da parede celular é então sintetizado entre o broto e a célula parental, separando-os. Algumas leveduras produzem brotos que não se separam e formam uma pequena cadeia de células chamada de pseudohifa ou pseudo-micélio. Neste tipo de reprodução são gerados células geneticamente iguais e morfologicamente diferentes.
  • Fragmentação da hifa: As hifas crescem por alongamento das extremidades. Um fragmento quebrado pode se alongar para formar uma nova hifa.
  • Esporos assexuais (fissão binária): Formados pelas hifas, quando germinam tornam-se clones do indivíduo parental. Formam células genéticamente e morfologicamente iguais.
Fig.04

Tipos de esporos assexuais

  • Artroconídios - São esporos que se formam pelo simples desmembramento das hifas septadas. Juntamente com estas últimas, servem para diagnosticar, num raspado cutâneo, as Dermatofitoses (impingens, "frieira", onicomicoses). É o único tipo de esporo encontrado no gênero Geotrichum sp. É um esporo importante na disseminação da COCCIDIOIDOMICOSE.
  • Blastoconídio - É o esporo (fig.05) que se forma por gemulação (brotamento). Encontrado normalmente nas leveduras. O micélio gemulante ou pseudomicélio das leveduras também produz blastoconídio.
Fig.05
Importante: Alguns fungos que apresentam normalmente micélio septado na fase saprofítica, na natureza ou nas culturas de laboratório, ao passarem para a fase parasitária no organismo humano ou animal, transformam-se em simples elementos arredondados, reproduzindo-se por gemulação, micoses blastomicoides. No Brasil, podemos citar como mais importante desse grupo a Paracoccidioidomicose (antigamente Blastomicose Sul Americana ou Micose de Lutz). Mas há outras.


  • Conídios - São os esporos mais freqüentes entre os fungos. Para sua formação, há necessidade de uma hifa diferenciada chamada conididióforo. O conididióforo pode ser uma simples hifa, na extremidade da qual se implantam os conídios (exemplos: gêneros Sporothrix, Acremonium - antigo Cephalosporium etc.) ou, então, vão aumentando em complexidade, de modo a constituir um verdadeiro aparelho produtor de conídios, como acontece com o conidióforo em forma de pincel do gênero Penicillium, ou com a cabeça do Aspergillus (fig.07).

  • Os conidióforos (Fig.04)podem ser uni, bi ou multicelurares. Os conídios estão presentes em todas as classes dos Eumicetos (o mesmo que Eumycophyta ou Fungos Verdadeiros), com exceção dos Zigomicetos, de cujo esporo falaremos a seguir.

  • Esporangiósporo - É o equivalente assexuado do conídio na classe dos Zigomicetos. É assim denominado porque se forma num esporangióforo (fig.08), que termina por uma formação arredondada chamada esporângio, dentro da qual se formam os esporangiósporos.
Fig 06

Reprodução sexuada
O esporo sexual resulta de três etapas
·   Plasmogamia: um núcleo haplóide de uma célula doadora penetra no citoplasma da célula receptora.
·         Cariogamia: Os núcleos e se fundem para formar um zigoto diplóide.
·         Meiose: O núcleo diplóide origina um núcleo haplóide (esporos sexuais, dos quais alguns podem ser recombinantes genéticos).
Processos de fecundação
·         Conjugação planogamética: envolve o encontro de gametas móveis.
·         Conjugação gametangial: ocorre plasmogamia.
·         Contato gametangial: quando núcleo masculino passa para o gameta feminino
·         Espermatização: o gameta masculino (aplanósporo) desprende-se do micélio aderindo ao gameta feminino que permanece fixo ao talo.
·         Somatogamia: hifas somáticas pouco ou não diferenciadas entram em contato, e então ocorre a fusão e a transferência de gametas.


O Oosporo e o Zigosporo são os dois esporos de origem sexuada que caracterizam as duas subclasses da classe dos Zigomicetos.

Tipos de esporos sexuados

  • Basidiósporo - esporo sexuado da classe dos Basidiomicetos.
  • Ascósporo - esporo sexuado da classe dos Ascomicetos.

A classe Deuteromicetos não apresenta esporos sexuados, por isso é chamada de classe dos Fungi Imperfecti – fungos imperfeitos. Atualmente usa-se o termo esporo para designar aqueles formados dentro de estruturas reprodutoras (ex.: esporangiosporos formados nos esporângios) e conídios, os formados fora destas estruturas. Outro nome utilizado para esporo é propágulo.


Metabólitos
O metabolismo dos fungos tanto produzem uma vitamina como uma toxina, tanto um antibiótico como um outro produto industrial qualquer (leucina, serina, arginina, metionina, ácido oleico, ácido esteárico, prolina, histidina e muitos outros).

Exemplos de alguns antibióticos e respectivos fungos produtores:
GRISEOFULVINA ..................................... Penicillium griseofulvi
PENICILINA ............................................... P. notadum
TERRAMICINA ........................................ Streptomyces rimosus
NEOMICINA .................................................... S. fradii
AUREOMICINA .................................... S. aureofaciens
ESTREPTOMICINA ...................................... S. griseus
ANFOTERICINA B. ..................................... S. nodosus

Griseofulvina e Anfotericina B têm lugar destacado na terapêutica micológica. O primeiro, para as micoses superficiais e o segundo, para as micoses profundas.



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Fontes: 

OLIVEIRA, Jeferson Carvalhaes de. 
Micologia Médica / Jeferson Carvalhaes de Oliveira - 
Rio de Janeiro : J. Carvalhaes de Oliveira; 1999. 
255 págs.; il. col.


Morfologia, Fisiologia e Classificação dos Fungos - Departamento de Microbiologia - ICB/UFMG - Net Micro.

Imagens: google imagens


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